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Allô Allô na Máquina do Tempo

Allô Allô na Máquina do Tempo

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Criado por David Croft e Jeremy Lloyd, Allô, Allô é uma sitcom britânica que teve imenso sucesso desde que surgiu originalmente entre 1982 e 1992. O conceito era servir de paródia a uma série britânica chamada Secret Army (com a mesma trama só que num café na Bélgica) enquanto explorava uma vasta gama de clichés que depois se tornaram elementos de culto. Mas o que tem esta série de único para ser relevante hoje em dia?

Por Miguel Ribeiro
Allô, Allô passa-se durante a Segunda Guerra Mundial, numa pequena vila de nome Nouvion e conta a estória de René Artois, dono de um café que se vê envolvido numa serie de tramas assim que os alemães chegam à vila. Ao longo de nove temporadas, travamos conhecimento com estórias exageradamente absurdas, mas extremamente cómicas envolvendo a Resistência Francesa, generais alemães, Gestapo, pilotos britânicos, as empregadas do café, entre outras personagens.  Tudo por causa de um quadro: The Fallen Madonna , de Van Klompf (também conhecido por The Fallen Madonna with the Big Boobies).

A trama principal anda à  volta deste quadro, que o Coronel von Strohm e os seus colegas Tenente Gruber e Capitão Hans Geering obrigam René a guardar a pintura, numa salsicha alemã (ou knackwurst), planeando vender após a guerra e reformarem-se. O problema é que a Gestapo também entra em cena através de Herr Flick e o seu sidekick von Smallhausen, que conspiram também para guardar a pintura só para eles, ajudados por Helga, que tem uma paixão por Herr Flick.

A estória de Allô, Allô é extremamente complicada para se conseguir explicar neste artigo,  mas é necessário que se perceba que esta sitcom, ao contrário de muitas outras, segue mesmo uma linha cronológica de estória e embora no início de todos os episódios a personagem de René dê uma curta explicação sobre o que se passou no episódio anterior, é essencial que se veja esta série sempre seguida de forma a se perceber tudo o que se passa.

Um dos pontos de interesse da série é a forma como todas as personagens deste mundo tinham apenas uma dimensão, regra geral repetindo as mesmas falas em diferentes contextos e representando sempre um tipo de personalidade, mas longe de ser negativo. Trata-se de um pormenor que funciona positivamente nesta série principalmente porque as actuações estão mesmo no ponto. Se é verdade que normalmente as sitcoms passam por este tipo de construção da narrativa, ao mesmo tempo é admirável perceber porque funcionava tão bem em Allô, Allô.

A imensidão de personagens que existiam e que contracenavam entre umas e outras mantinha tudo sempre activo, diferente e para quem gostasse do conceito da série, a forma como quase nunca nenhum dos planos dava certo e depois assistiamos ao desenrolar das frustrações, por si só era ouro sobre azul.
Allô Allô foi  uma série que teve sucesso em Portugal na altura em que passou originalmente na RTP 2, mas hoje em dia não é muito conhecida, principalmente tendo em conta o vasto leque de séries e sitcoms que existem para se ver.

 

 No entanto aqui está uma sitcom que vale a pena recordar, principalmente porque foi única na sua abordagem, uma amostra de originalidade, genialmente construida sobre as fundações da actuação destes grandes actores britânicos.

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