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À Conversa com Irene Leite aka Ziggy Brown [Arquivo]

À Conversa com Irene Leite aka Ziggy Brown [Arquivo]

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Entrar no mundo de Irene Leite é mergulhar num estimulante exercício de cultura pop. Desde a escrita de livros infanto-juvenis, passando pelo jornalismo, guionismo e agora como dj, tendo a estreia marcada para o próximo dia 13 de fevereiro no Mercedes Bar (Porto). Motivo mais do que suficiente para uma muy sonora conversa. Confere.

Por Lino Galveias

1) Como começou o interesse pela música, nomeadamente a alternativa/underground?

Desde que me conheço, a música esteve sempre presente. Recordo-me bem de nos anos 90 vibrar com a antiga rádio cidade. Tempos felizes. A música (ou músicas) que mais marcou a minha infância foi a She Drives Me Crazy dos Fine Young Cannibals. Mais tarde a Stupid Girl dos Garbage e por fim a She´s in fashion, dos Suede.

A música era uma forte companhia nos estudos. E sim, era eu que animava as festas caseiras (risos)

Mas o caminho até chegar à música alternativa/underground ainda foi longo. Ouvi muito da chamada música “mainstream”, sobretudo na adolescência. Depois quando entrei para a faculdade em comunicação no Porto, 2006, tudo foi mudando paulatinamente.

Comecei, influenciada pela formação em rádio a ouvir programas de autor , o que foi um verdadeiro pica miolos. Refiro-me ao Oceano Pacífico , com João Chaves e Geração de 70 e Ondas Luisianas , ambos de Luis Filipe Barros (Antena 1).

Nesses programas tive “encontros” marcantes , nomeadamente com Talking Heads , Bryan Ferry , Billy idol, INXS, Sisters of Mercy , Killing Joke, David Bowie, Iggy Pop, Frank Zappa, entre tantos outros nomes. Tinha 19/20 anos , ou seja há oito anos atrás…) Assim nasceu a paixão pelo underground ..até hoje.

2)Dj´s que te inspiram?
Giorgio Moroder , sem dúvida. Aqueles sintetizadores encantam-me profundamente. Já para não mencionar as suas colaborações frutíferas , nomeadamente com Debbie Harry (Blondie) Fenomenal. E já agora a banda sonora do icónico filme Scarface . Rush Rush, let´s get the yeyo (risos).

3)Festas que te marcaram?
A dos 5 anos do velhinho “Som à Letra”. Foi um verdadeiro salto no desconhecido , mas desafio superado. Lá tive a oportunidade de acompanhar o trabalho de três fantásticos dj´s (Manuel Magalhães, Tiago Megas e Sérgio P). Ecletismo é a palavra de ordem nos seus sets.

4)O que te levou a querer rodar pratos?
É uma história caricata. Tudo começou em finais de 2009 quando criei um facebook para o meu blogue musical, o “Som à Letra” . O facebook foi uma verdadeira “escola virtual”. Era lá que testava diversos sets , aproveitando o feedback dos leitores do velhinho blogspot. Foi uma fase intensiva , mas muito feliz. As bases como futura dj e da revista Scratch Magazine estão carimbadas nessa fase.

5) Porquê Ziggy Brown e aspetos da combinação de nomes que te inspiram no dia a dia e sobretudo na arte de dj?
Outra história caricata. Ziggy Brown integra, ou seja, é nome de um conjunto de livros infanto juvenis (manga). Uma aventura que iniciei com Ana Quirino. Há simbologia no nome. Ziggy, de Ziggy Stardust (David Bowie), tirando o z, Iggy Pop , Brown, de Bobby Brown , uma das músicas mais icónicas de Frank Zappa. Três idolos num nome.

6) O que é para ti ser dj?
Ser dj é passar discos com entrega e sentir o público, adaptando ao máximo o set. A festa não é para mim, é para o meu público.

7) O que te move?
Cultura pop. Gosto de combinar referências musicais (claro) mas também cinematográficas.

8) Se tivesses a oportunidade de partilhar um dj set com alguém, com quem seria?
Cut Copy. São excelentes a cada álbum. Uns Human League do século XXI.

 

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