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The Voodoo Club

The Voodoo Club

“O Rock and Roll não morreu”

Clara Coelho (‘Hang the DJ’) e Sérgio Fialho (‘King Dead Billy’) são a dupla maravilha no dj duo Voodoo Club. Partilham músicas, ideais e uma causa: O Rock and Roll não morreu. Contaram tudo à SCRATCH.

Texto Irene Mónica Leite

Fotos/Facebook Voodoo Club

Em maio de 2014 a dupla de djs King Dead Billy e Hang the DJ atuam em conjunto pela primeira vez no Sport Clube do Intendente. Seriam , na verdade, os primeiros passos do que viria a ser o atual projeto colectivo The Voodoo Club.

Em setembro de 2015 o DJ Duo, oriundo de Lisboa apresenta formalmente o seu projeto no Ginjal Terrasse, sendo esta a casa que recebeu durante quase um ano os espetáculos do colectivo, em formato dj set com concertos e shows de burlesco.

Após terem participado em vários festivais como o  Aloha Fest 2014 no Sabotage Rock Club, o Lisbon Underground Burlesque Fest 2015 no Clube Ferroviário, o Lisbon Tattoo & Rock Festival 2016 na Sala Tejo Meo Arena, ou o Reguengos Wine & Blues Fest 2018, a dupla de djs movida pelo gosto do Rock’n’Roll e da subcultura vintage decide criar o seu próprio festival em 2019, o Baldaya Vintage Fest, que foi um sucesso. 

Como e quando nasceu a ideia para este projeto?

Clara Coelho: Nasce em 2014. Eu e o Sérgio tínhamos já os nossos nomes de dj, eu como ‘Hang the dj’ e ele como ‘King Dead Billy’, e como tínhamos vários interesses em comum, não só a nível musical, mas também no imaginário do cinema e de toda uma concepção de estética que ronda o burlesco , e o Science Fi dos anos 50 , decidimos avançar com algo em conjunto.

O Voodoo Club foi crescendo ao longo dos diversos eventos realizados.

O vosso caráter diferenciador é precisamente toda essa experiência à volta do imaginário Voodoo Club. Todo um referencial de cultura popular…

Sérgio Fialho: A estética dos filmes de ficção científica da década de 50. De facto , o nosso dj set anda à volta desse imaginário. Rockabilly, surf rock….

E em termos de inspirações musicais? Há certamente nomes que se destacam…

C: Há dois que me recordo de imediato. Os primeiros são os The Cramps. Muito acontece depois deste grupo. São de facto um marco muito importante.

Para mim, também o Johnny Cash. Não é somente o mestre do rock, como também abrilhantou muito do que a música já tinha. Deu-lhe um toque incrível.

Conhecendo estes dois projetos acabas por te envolver com tudo o que surge à tua volta.

S: Sem dúvida os The Cramps, uma banda mais contemporânea, embora já não existam.

Johnny Cash, Jerry Lee Lewis, por exemplo, numa vertente mais clássica.

Há outros artistas como Man or Astro-Man?, entre tantos outros.

Realizaram o Baldaya Vintage Fest. Como correu a experiência? Gostavam de repetir?

C: Gostávamos, claro. Organizamos este festival juntamente com dois amigos e foi maravilhoso. Apresentamos o projeto e a receptividade foi imediata. Este evento foi gratuito. Não é fácil as pessoas pagarem sem saber ao que vão.

É importante mencionar que não só abraçamos um nicho como todas as pessoas abertas a novas experiências. De facto, quem não conhece, desfruta de uma experiência completamente diferente.

S: É um bocado educar as pessoas, se assim podemos dizer, a conhecer estes estilos, géneros que para muitos se calhar é nulo.

C: Lisboa vive muito do indie rock e da música eletrónica. Sentimos que no país o que é feito, é muito pequeno. O festival foi a nossa tentativa de trazer à cidade o que se faz em Barcelona, pois lá existe um evento anual de rockabilly. Se é possível fazer noutras cidades grandes, porque não fazer em Lisboa? Há público para isso.

Na realidade o nosso festival recebeu público de várias idades. Tentamos mostrar que a música não é só o que passa na rádio, o que é mais conhecido.

S: É importante relembrar um pouco Lisboa, já que foi o ex libris do rock. Tivemos uma cultura do Rock and Roll muito forte. O Rock and Roll continua vivo. Não morreu.

A título de exemplo, no final da década de 70 o boom do rock e do punk rock em lisboa. E nós queremos retomar um bocado isso. Há pessoas, há artistas que fazem bom rock e que desenvolvem trabalhos bastante interessantes. Difícil é meios para dar conhecer o trabalho. É só abrir um pouco mais as portas e apoiar.

C: Não é fácil, na realidade. É difícil encontrar uma porta que se abra para outros conceitos. Esperemos que outras iniciativas do género da nossa sejam levadas a cabo.

Que balanço estabelecem do vosso percurso até ao momento?

S: Começou por ser só um dj duo e agora até tem bandas a tocar, bailarinas, com um festival na bagagem…. Mas sempre com os pés bem assentes na terra.

C: O principal é valorizar o trabalho de cada pessoa envolvida.

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