Andrage em Discurso Direto
Os Andrage apresentam o seu disco homónimo de estreia, num projeto em que fusão é a palavra chave, criando uma identidade única que a Scratch Magazine procurou conhecer com mais pormenor. Confere as novidades!
Texto/Irene Mónica Leite
Andrage são Margarida Marques (voz), Daniel Gouveia (trompete), Humberto Dias (bateria), João Heliodoro (saxofone tenor), José Rego (baixo) e Pedro Campos (guitarra).
O projeto nasceu em 2017, fruto do desejo de Humberto Dias de formar um projeto com o José e a Margarida, o Pedro juntou-se por convite da Margarida; o Daniel por convite do Humberto e o João por convite do Pedro pelo final de 2017.
Não é uma “vibe comercial”, conforme avisam, são todos especiais, cada um à sua maneira. A vocalista Margarida passou pelo programa Ídolos, Humberto também anda por aí com Jasmim, Hércules, Atalaia, Airlines, e o Zé em vários projetos de canto alentejano. Mesmo com backgrounds tão distintos a identidade do projeto Andrage constrói-se naturalmente.
Esta fusão de géneros e influências vai desde as sonoridades ligeiras do jazz, evidenciadas pelos sopros, passando pela energia eletrizante que caracteriza o rock clássico, com vocalizações pujantes, culminando num êxtase avant-rock, fora da caixa e eliminando aspirações comerciais.
O nome da banda, Andrage, “vem de uma planta (Ridolfia segetum Moris) nativa ao Baixo Alentejo que nos caracteriza tanto pelo facto de dois terços da banda serem oriundos dessa zona e de, tal como a planta, ter as suas raízes bem assentes na terra, crescer e florescer independentemente de condições externas”, conforme a banda nos explicou em entrevista.
Esta fusão tão característica funciona “muito à base de troca de ideias entre nós, podendo começar numa linha de baixo, num riff de guitarra , num lick de saxofone ou trompete, num beat e bateria ou num verso de voz, e acabar numa faixa em que todos contribuímos e que todos gostamos de tocar”.
E engane-se quem pensa que os backgrounds de todos os membros do grupo podem ser difíceis de conciliar, pois essa base distinta de cada um “deixa-nos mais recetivos às diferentes perspetivas e compreensivos face a discordâncias que inevitavelmente acontecem. Isto torna todo o processo de composição bastante ágil e permite ter momentos de inspiração em que toda a estrutura de uma faixa fique construida por completo num espaço de 20 minutos como é o caso da ‘True to you’”.
Quanto a este registo de estreia o feedback tem sido “interessante e diverso pelo público que nos coloca tanto em fusão como rock progressivo ou avant rock já que nós próprios temos dificuldade em nos categorizar especificamente”, atestam.
Resume-se, assim, a uma recetividade “felizmente sempre positiva, sempre repleta de entusiasmo e ânsia do que ainda está para vir”.
O balanço é naturalmente positivo: “desde a fundação da banda, em 2017, os Andrage já atuaram em palcos como Popular de Alvalade , Sabotage Cub, Casa Independente e Cinema Municipal de Mértola e também em festivais como o Caldas Late Night e o Festival Termómetro”.
A banda deseja voltar com toda a força aos palcos, já que “o nosso trabalho só faz sentido quando é partilhado. Temos também, já algumas novas faixas a ser preparadas e esperamos continuar a explorar novas sonoridades e novas maneiras de nos expressarmos”, concluem.
Para acompanhar!
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