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À Conversa com….Apoptygma Berzerk [Arquivo]

À Conversa com….Apoptygma Berzerk [Arquivo]

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Os Apoptygma Berzerk são uma banda norueguesa de música eletrónica fundada por Stephan Groth e Jon Erik Martinsen em 1989. Na sua música podemos encontrar o synthpop associado ao EBM (electronic body music) e ao futurepop. As suas músicas são deliciosas. A cover de Love Will Tear Us Apart, dos miticos Joy Division é apenas um exemplo da forte bagagem destes músicos. Confira a entrevista com Stephan Groth.

Por Irene Mónica Leite
Tradução de Cátia Cruz

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[youtube https://www.youtube.com/watch?v=qNxOuquQfzk]

1) Primeiro ponto: como é que a banda começou?

A banda Apoptygma Berzerk começou comigo e com o meu amigo Jon Erik Martinsen.
Ambos adorávamos bandas como Kraftwerk, Depeche Mode, The Cure, Nitzer Ebb, etc. e tínhamos acesso a instrumentos electrónicos. O meu pai tinha um pequeno estúdio de gravação caseiro que me deixava usar e o Jon Erik tinha sintetizadores e caixas de ritmo.

Ele trabalhava numa loja de instrumentos musicais, por isso facilmente podíamos pedir coisas emprestadas, se precisássemos. Nós conhecemo-nos na loja onde ele trabalhava (em Sarpsborg, Noruega).

214Quase todos os dias depois das aulas eu ia para a loja e experimentava sintetizadores caros e outros instrumentos que não tinha possibilidade de comprar. Ele reparou no meu interesse por sintetizadores e um dia convidou-me para a ir lá a casa para ver a sua colecção de sintetizadores analógicos. Todas as semanas fazíamos uma “jam session” em casa dele. Foi assim que APOP nasceu.

Algum tempo depois, apercebemo-nos que queríamos criar diferentes estilos de música electrónica, por isso a nossa parceria terminou. O Jon Erik continuou a criar música mais orientada para o synth-pop e mais tarde formou a banda Sweep. Eu queria criar música electrónica mais complexa e assim continuei sob o nome Apoptygma Berzerk.

2) Quais são as suas principais influências? Tem grandes covers de canções extraordinárias, como “Love will tear us apart” dos Joy Division.

Já mencionei Kraftwerk, DM e The Cure, mas as bandas Sisters of Mercy, The Jesus and Mary Chain, Front 242, New Order/Joy Division foram também muito importantes para mim.

3) Como foi viver o ambiente de música alternativa dos anos 80? Descreve também a cena eletrorock dos anos 80.

Eu não fazia parte de nenhuma cena musical nos anos 80. Ouvia o que era popular na época e, como sabes, a música pop nos anos 80 era muito electrónica! Eu descobri Kraftwerk, DM, Alphaville, Duran Duran, Soft Cell, Visage, OMD, Erasure e Yazoo não de um ambiente musical específico, mas sim dos tops de música e das canções que passavam na rádio e na MTV. O programa da MTV “120 Minutos” apresentado por Paul King ajudou-me a conhecer muitas bandas underground que se tornaram importantes para mim anos mais tarde

4) O tempo muda tudo. Hoje em dia é mais fácil ter uma banda?

Hoje em dia, começar uma banda é mais fácil do que nunca, graças à internet e a outros recursos que podes usar para te promoveres. Agora é muito mais fácil mostrares a tua música às pessoas. O lado negativo é que se torna praticamente impossível ganhar dinheiro suficiente para conseguires viver só da tua música. Esses dias acabaram, o que é de certa forma uma tragédia.

Para aqueles que encaram a música como um passatempo, o ambiente hoje em dia é muito bom. Mas se queres tornar-te profissional e viver apenas da tua música, então terás que inventar algo extremamente inovador (provavelmente não relacionado com música), para conseguires arranjar dinheiro para fazer digressões, produzir álbuns e ganhar a vida, basicamente.

Escrever boas canções, ser bom com um determinado instrumento musical, ser um artista original, etc, já não vale tanto como valia. No entanto, hoje em dia a procura por música é maior do que nunca. Por isso, se encontrares uma forma inteligente de te integrares nesse ambiente, tenho a certeza que encontrarás muitas oportunidades. Mas, na minha opinião, a forma tradicional de “alcançar o sucesso” praticamente já não existe.

5) Gostaríamos de vos ver em Portugal. Está nos vossos planos?

Actuámos em Portugal há alguns anos. Guardo boas memórias dessa altura e gostaria muito de voltar.
Talvez possamos ir aí na nossa próxima digressão, quando o novo álbum de estúdio for lançado.

6) Planos futuros
Temos dois álbuns “no forno”. Um muito experimental (um álbum conceptual instrumental) e outro no típico estilo da banda. Ambos serão lançados brevemente. Ainda não podemos avançar com datas concretas, mas estamos a trabalhar nisso. Novidades sobre os álbuns serão publicadas no nosso site e na nossa página do Facebook:

http://theapboffice.com

https://www.facebook.com/ApoptygmaBerzerk

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