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Born in the USA, 1984

Born in the USA, 1984

O porta voz da classe trabalhadora

BORN
Hoje estreia uma nova rubrica: Jumpin Jack Flash. Trata-se de uma nova secção na nossa magazine dedicada a grandes clássicos sonoros. Born in the USA , de Bruce Springsteen, é a nossa primeira escolha.

Por Irene Mónica Leite

Born in The USA é, a meu ver, um dos registos mais vivos do Boss. Uma verdadeira obra prima, repleta de malha atrás de malha. Rock puro, bem disposto (mas consciente!) e acima de tudo, muito dançável. Uma proposta irrecusável.

Tendo a classe operária como pano de fundo (reparem na capa do registo) Bruce aposta em temas como crítica social e claro…o amor, sempre!

O reinvindicativo tema “Born in the USA” abre o registo. Uma crítica à guerra do Vietname , mas que na altura não foi recebida como tal.

E há mais. “Com o sucesso estrondoso do álbum, o então presidente Ronald Reagan resolve utilizar a faixa-título na sua campanha de reeleição naquele ano. Bruce sente-se desgostoso ao ver que a mensagem original de sua canção-protesto fora desvirtuada. A intenção real de Born In The USA passou despercebida pelo grande público e tornou-se o hino oficial do partido republicano para exaltar a força dos valores conservadores – justamente o contrário do que pregava. Por fim, Reagan é reeleito para mais um mandato. Com a ajuda involuntária do cantor”, explica o site portal rock online br.

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Passados 35 anos “Born in The USA” ganhou, curiosamente, lugar cativo nos sets do boss, sendo um dos temas que mais identificam o repertório do boss e com mais airplay nas rádios.
“Cover Me”, que seria originalmente para Donna Summer, ganha uma urgência incrível na voz de Bruce. ” I am looking for a lover , so cover me”. Bela fusão entre rock e pop dos anos 80.

“Bobby Jean” é emocional. Pode referir-se a uma densa amizade que pode culminar numa bela história de amor. Com uma melodia fabulosa, conquista de inicio ao fim.

“Downbound Train” (uma das minhas faixas favoritas do senhor) retrata um amor falhado . Com uma batida, embora melancólica, irresistível.

“I´m on fire” (a canção mais curta desta obra prima) retrata a tensão sexual entre dois desconhecidos . “He´s got a bad desire”…batida viciante.

“No Surrender” , contagiante, é um verdadeiro manifesto no qual conseguimos sentir toda a força inspiradora de Bruce Springsteen, e a prova de que o músico merece ser “The Boss”.

As relações amorosas regressam em “I´m goin down”, com uma batida refrescante, mesmo adequada para os charts.

As boas memórias são apontadas em “Glory days” e “My Hometown” , esta última um pouco mais introspectiva.

Em suma, um registo orelhudo e a prova viva de que o Boss era capaz de chegar a grandes massas. O poeta americano vingou e tonou-se num bem sucedido porta voz da classe trabalhadora e …ainda bem!

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=hWAkBrSEh3I&w=560&h=315]

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