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À Conversa com…MJ Pérez

À Conversa com…MJ Pérez

“Quem me dera fazer um álbum em português”

MJ Pérez é cantora e autora, considerada uma das novas vozes no mundo da música galega e à boleia do seu mais recente single “Vai Embora” aproveitamos o mote para uma animada conversa em que a resiliência e o talento são palavras chave num percurso ainda curto, mas sólido e promissor.

Texto Irene Mónica Leite

Com uma carreira de cinco anos, pisou mais de 100 palcos em Galiza e Portugal conta com três álbuns, um auto-editado (Ollos que non ven “síntoma de cegueira) e dois auto-produzidos (Guerrilleira e Casandra)

Todos os temas de MJ Pérez contêm uma parte pessoal, como se fossem uma extensão de artista. A sua música é uma fusão de diversos estilos, realçando o pop-rock, que não deixa ninguém indiferente. Com uma carreira sólida e de muito sucesso é possível ressaltar diversos momentos, como a participação do 1º certame de Canción de Autor em Galego, em que foi finalista. Foi vencedora do 1º prémio na categoria musical do Xuventude Crea 2017 e este ano foi ainda finalista dos prémios Martín Códax da Música na categoria de Canción de Autor.

MJ Pérez apresenta-nos “Vai embora!”, cantado em portugês, um tema repleto de ritmo que não vai deixar ninguém parado.

Como e quando nasceu a paixão pela música?

Eu acho que é daquelas coisas que já estão dentro. Na minha família há grande inquietude, emoção com a música. Por isso, nasceu desde o início (risos).

Como descreves a tua música? Fusão é a palavra-chave?

Sim, eu sempre digo que sou cantautora. Interpreto e componho os meus próprios temas. Mas realmente é uma fusão de diversos estilos.

Esse ecletismo acaba por ser também o caráter diferenciador da tua música?

Sim.

Também há momentos marcantes na tua carreira. Como o I Certame de Canção de Autor em galego. Como recordas essas experiências?

Esse certame foi concretamente o primeiro concurso em que eu estive. E depois aqui também começas a ter um pouco mais de reconhecimento e de acesso a mais públicos e pessoas.

Começas a conhecer outra gente que também está a fazer coisas e por exemplo, nesse evento estava uma cantora de nome Sofia Espinheira. Ela é realmente uma grande artista.

Anos depois viemos a desenvolver um projeto juntas.

O bonito destas coisas: conhecer pessoas que podem acabar por ser nossas parceiras.

Já tens três álbuns. E tens agora este single em português…

É um single que vai estar dentro do meu novo trabalho que tem como nome “A luz prendida”.

Quem me dera fazer um álbum em português (risos). Só que a inspiração tem de vir para eu escrever.

Realmente tenho vontade de fazer muitas mais músicas.

É que pareces mesmo uma portuguesa a cantar o tema….

Devo reconhecer que tive um pouco de ajuda. Tenho uma pronúncia mais ou menos.

Em português tive a ajuda da Carla Almada do instituto Camões de Vigo. Pedi-lhe para efectuar a revisão da letra e também a pronúncia.

A interpretação neste tema levou-nos para a Ana Bacalhau, dos Deolinda. Foi um grande desafio?

Foi sim e também uma alegria. Esta música era algo muito esperado.

E em termos de referências musicais, consegue-nos mencionar alguns nomes?

Ouço muita música, de muitos tipos, inclusive música portuguesa. Sou muito amante do fado, ainda que não pareça. Gosto muito da grande Amália Rodrigues. Também gosto de fadistas atuais como a Gisela João. Mas também gosto do rap da Capicua,por exemplo.

Sempre fui muito fã dos Deolinda, que tiveram muito sucesso na Galiza.

Sou muito fã de António Variações que descobri há pouco tempo. Com o António tive uma espécie de sentimento de identificação muito grande. Mas sem comparar, porque não me posso comparar a ele.

Em galego, que é na língua que escrevo normalmente,jogo muito com a ironia, o humor para fazer crítica.

Quando descobri o António suspirei pela impossibilidade de o poder conhecer.

1 comentário

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Martinho

Marabillosa sempre MJ.

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