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Iniciativa Do Princípio do Mundo apresentada na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, no Seixal, a 4 de fevereiro

Iniciativa Do Princípio do Mundo apresentada na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, no Seixal, a 4 de fevereiro

A Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, no Seixal, vai receber, no próximo dia 4 de fevereiro, sábado, às 16 horas, a inauguração da iniciativa Do Princípio do Mundo, no âmbito da residência artística de Fernando Mota, que decorreu naquele espaço entre setembro e novembro de 2022.

De acordo com nota enviada às redações, esta ação contempla a criação e edição de objetos artísticos de várias naturezas e linguagens, aprofundando a pesquisa iniciada pelo artista em 2020, em plena pandemia, com o filme ‘7 Poemas para Um Mundo Novo’, apresentado no Moinho de Maré de Corroios e premiado posteriormente com o Prémio Melhor Direção de Fotografia em Filme de Arte e Ensaio. Fernando Mota desenvolve e cria instrumentos musicais e objetos sonoros a partir de árvores, rochas e outros elementos da natureza.

O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, afirma que «as residências artísticas deste e de outros artistas, no Seixal, engrandecem a cultura do nosso concelho, levando-a a patamares de criação e fruição cada vez mais elevados. Por isso, devemos acarinhar e apoiar este tipo de projetos como algo que nos distingue e identifica como um município moderno, criativo e inovador».

Refira-se que o concerto Do Princípio do Mundo, dirigido ao público juvenil e adulto, junta instrumentos musicais experimentais (criados a partir de árvores, rochas e outros materiais naturais) a um conjunto de pesquisas e técnicas que procuram gerar música e expressão sonora através da manipulação da água, da terra, do vento e de vários elementos e matérias da natureza. Cada vez mais, há um carácter espiritual e ritualista no trabalho de Fernando Mota, utilizando os instrumentos e objetos sonoros que constrói enquanto ferramentas para criar espaços de evocação e transcendência.

A forma como o artista concebe esta atividade é orientada para a fruição dos sons, independentemente da sua origem. Este propõe-se encontrar a vibração, o som e a música de cada local, compondo estruturas musicais convencionais (com ritmos, melodias e harmonias), até à submersão nos sons ocultos debaixo de água, da terra ou dentro da rocha, sons que não são captados pelo ouvido humano mas apenas por equipamento de gravação especial, tais como hidrofones, geofones e microfones de contacto. O resultado é uma criação e interpretação musical e sonora do espírito do lugar e não a sua mera representação.

Este projeto inspira-se nos 5 elementos naturais da cultura chinesa – madeira, fogo, terra, metal e água – bem como nos 5 elementos da cultura ayurvédica indiana: espaço, ar, fogo, água e terra. É a partir destes princípios que surge a proposta de realização deste projeto, na Quinta da Fidalga, nomeadamente na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, com a inspiração no elemento água por ser, historicamente, um elemento estruturante da organização deste jardim, quer pela presença do seu antigo sistema de irrigação, pelos tanques, fontes e, claro, pelo lago de maré. A proximidade com o rio Judeu é também um dos fatores de inspiração do projeto.

Também nesse dia, pelas 10h30, haverá lugar a um passeio sonoro, ou seja, uma caminhada na Quinta da Fidalga, aberta ao público em geral e com a duração de 45 minutos, focada em ouvir o meio ambiente e orientada para a fruição dos sons, independentemente da sua origem ou significado.

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