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Dramaturgo Carlos Costa lança obra ficcional

Dramaturgo Carlos Costa lança obra ficcional

A história de “Skyline” decorre num futuro próximo, em ano de eleições autárquicas, e envolve temas e personagens que parecem inscrever-se no contexto político, social, cultural e económico da cidade do Porto – um relato das relações perigosas entre a intimidade dos afetos e a política do espaço público.

Em ano de autárquicas, uma obra de ficção que decorre num futuro próximo (imaginemos 2029), também em ano de eleições para os municípios, parece inscrever-se no contexto político, social, cultural e económico da cidade do Porto, revela nota enviada às redações.

“Skyline”, de Carlos Costa, conta-nos uma história que envolve uma Câmara Municipal empenhada numa grande obra (a mudança da Ponte Dona Maria Pia para junto da Praça da República), uma SAD do Futebol Clube do Porto (FCP) dominada por uma empresa pública chinesa e um outro clube que resultou de uma secessão no FCP – e até uma polémica com uma super Liga europeia. No meio deste enredo, que envolve personagens como o Presidente da Câmara, a Vereadora da Cultura e o Diretor da Ágora, surge um grupo de resistência ao modelo de desenvolvimento da cidade – e às relações desta com um grupo financeiro -, cuja ação se radicaliza.

Ao longo de dois anos de pesquisa e escrita – e deste terceiro em que se vai concretizando a publicação – o romance, organizou-se a partir do que o autor chama de “fragmentos do real”. “Deste modo, ao contrário do antropólogo que insiste em preservar as relações entre os seus achados, fui-me sempre permitindo a liberdade de cruzar escavações e até de imaginar as que não tinha realizado. E além do mais, a partir de certa altura já nem seria eu quem escrevia, antes as personagens que, escapando-me, reconfiguravam as suas relações, os seus destinos”, explica Carlos Costa, realçando o facto de realidade e ficção acabarem inevitavelmente por cruzar-se.


“Trata-se de ficção, certo? Claro, mas ainda assim, e a poucos dias do lançamento, sinto que esse real a quem roubei fragmentos regressa, aqui e ali, para confundir ainda mais as diferenças que o aproximam da ficção; ora porque a distopia do futuro se antecipa, tombando sobre o nosso (ainda) presente, ora porque a realidade afirma ser sua alguma da ficção que eu jurava (juro?) ter imaginado.” “Enfim, que melhor parto poderia haver para uma obra e para um autor que sempre se quiseram perder por entre as contradições de uma cidade?”, conclui.

O lançamento de Skyline acontece a 8 de maio, às 17h00, no Mira Forum, no Porto, com apresentação de Miguel Guedes (músico, jurista, comentador) e atuação do cantautor Valter Lobo.

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