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Há um retrocesso na luta contra a fome, alerta Índice Global da Fome 2021

Há um retrocesso na luta contra a fome, alerta Índice Global da Fome 2021

O Índice Global da Fome 2021 alerta para retrocessos na luta contra a fome, com cerca de 50 países a não conseguirem atingir a Fome Zero até 2030. Segundo o relatório divulgado hoje pela ONG Ajuda em Ação, a situação da segurança alimentar no mundo tornou-se em 2020 e 2021 ainda mais grave devido ao “cocktail tóxico da crise climática, da pandemia COVID-19 e de conflitos violentos cada vez mais graves e prolongados”.

De acordo com nota enviada às redações, o cocktail tóxico das “alterações climáticas, da COVID-19 e dos conflitos está a fazer-nos regressar a um mundo que pensávamos ter deixado para trás. A pobreza extrema aumentou pela primeira vez em 20 anos e a fome, algo que pensávamos que tínhamos relegado para a história, está de volta”, alertam Mathias Mogge, Secretário-Geral da Welthungerhilfe, e Dominic MacSorley, Diretor Executivo da Concern Worldwide, duas das entidades responsáveis pela execução do relatório e que pertencem também à rede Alliance2015, uma plataforma europeia de ONG.

Aliás, os conflitos violentos são considerados um dos principais indutores da fome, uma vez que afetam quase todos os aspetos de um sistema alimentar, desde a produção, colheita, processamento e transporte até ao fornecimento, financiamento, comercialização e consumo de fatores de produção. Dos 10 países cuja pontuação de IGF 2021 reflete níveis alarmantes ou extremamente alarmantes de fome, o conflito é um dos principais motores em 8. E a verdade é que o número de conflitos ativos continua a aumentar, pelo que se teme que a situação da fome se agrave ainda mais.

Também a COVID-19 e as alterações climáticas têm contribuído fortemente para a deterioração da segurança alimentar no mundo. Por um lado, as consequências das alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais graves e dispendiosas, com os países a não disporem das ferramentas necessárias para mitigar os seus efeitos. Por outro, a pandemia trouxe também novos desafios a uma situação já de si muito frágil, dando origem a uma das maiores e mais graves crises económicas que aumentou consideravelmente o número de pessoas que vive numa situação de insegurança alimentar um pouco por todo o mundo.

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